8.11.15

Perdi o cara dos sonhos, mas não é tão ruim

Sabe aquele cara que você pode contar sempre, que te faz rir, que se esforça pra te agradar, que gosta dos seus defeitos e qualidades, que te conhece e que você confia? Então, eu tinha esse cara, pasmem. E o perdi. Mas antes que me xinguem de burra pra baixo, preciso que saibam que eu já fui a mulher dos sonhos pra ele e ele me perdeu. Logo, ter esse cara teve um preço na minha vida. 

O fato é que ele teve que me perder pra querer me conquistar e foi assim que ele mudou, acontece que eu também mudei. Eu era a namorada perfeita: dedicada, amorosa, compreensiva, quieta e comportada, mas isso não foi suficiente, ao invés disso eu era vista como carente, grudenta e trouxa. Conclusão, qualidades viraram defeitos e fui movida gentilmente para a friendzone, algo digamos cruel com alguém tentando se recuperar desse 7x1 da vida. Sofri, sofri, chorei, chorei, fiz tudo ao meu alcance pra ter ele de volta, e nada funcionava, então segui a vida. Sai, conheci gente nova, interessante e com mais coisas em comum comigo. As pessoas, as emoções e o tempo nos mudam de forma surpreendente, e mudei. Mudanças notadas comecei a parecer interessante de novo, mas apesar de tudo o papel de trouxa é algo que faço muito bem. Larguei tudo e voltei pra um relacionamento que eu já sabia que não daria certo. Voltei de trouxa, mas as marcas de antes não me deixaram ser mais tão amorosa, nem tão dedicada, tampouco compreensiva, conclusão, eu era um inferno e ele fez muito pra viver esse inferno. 

Em meio a isso, notei que ser fria me trazia muito mais afeto e amor do que ser emocional. Era a lógica, era o óbvio! E foi isso que fiz, aos poucos fui me tornando alguém insatisfeita com tudo que ele fazia por mim, não demonstrava afeto, me esquecia das coisas relacionadas a ele, cobrava tudo dele, sem devolver nada. E isso se estendeu até que percebemos que estava insuportável viver daquela forma. 

Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas que nem sempre nos surpreende, e nos aproximou de novo, sem nada sério definido. Resumindo a história, minhas expectativas eram de ter um outro homem, voltando pro mesmo, claro que num deu certo, pra ajudar tem muita gente babaca na vida, totalmente sem noção, que estragam a vida dos outros sem nada em troca. Fiquei sozinha de novo, mas dessa vez eu sentia que era sozinha, não que estava sozinha, isso dói bastante. Me arrependi, a carência bateu e lá fui eu me humilhar e pedir desculpas. Depois de muito insistir, as desculpas foram aceitas, mas no fundo eu sabia que não duraria muito tempo, além do fato do perdão ter sido superficial, me condicionei a colocar ele como última opção, logo, quando alguém que me interessasse aparecesse, eu o deixaria de lado, tamanha era a minha frieza. Não fiz isso, mas mesmo próxima a ele, me sentia livre, combinamos que seria sem cobranças, podia fazer o que quisesse que ele não se importaria, acontece que ele já tinha criado as regras na cabeça dele, só esqueceu de me avisar. Ele se importou.
 
A raiva que ele sentiu de mim foi tão sem sentido que eu senti raiva dele. E assim terminamos. Sei que não se pode dizer que algo é para sempre, mas, apesar do histórico, sinto que esse foi realmente o ponto final, não as reticências. O que tenho a concluir com tudo isso é que as nossas experiências nos fazem quem somos, nos mudam para melhor ou pior, hoje, tenho que agradecer a ele pelas lições ensinadas, pelo voto de confiança em entregar o coração nas minhas mãos e por me ajudar muitas vezes. Mas também tenho que dizer que muitas vezes julgamos os outros sem saber as experiências que os mudaram, sem saber o motivo, apenas julgamos (literalmente aquela coisa do "você não sabe o que eu passei"). 

Sim, no final consegui o cara que faria tudo por mim, assim como eu era no começo, mas tudo o que aconteceu antes fez com que eu criasse uma defesa que me impediu de dar valor a ele, assim como ele fez comigo. Pra ter aquele cara na minha vida eu tive que me tornar a pessoa mais fria, e é esse o preço é o que levarei comigo, infelizmente, até que alguém consiga mudar isso novamente. 

Não mude apenas pela dor, o amor também pode nos ensinar de forma muito mais gentil. Lição passada, lição aprendida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário